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Está a usar filtros de ar com certificação CEN ISO como a melhor solução testada para a remoção, em espaços fechados, de partículas bacterianas e vírus infecciosos transportados pelo ar?

Quando entra num espaço, como é que sabe que não está a respirar vírus, bactérias ou outras partículas químicas e tóxicas que existem no interior ou entram por meio do ar exterior não filtrado? É possível que se sinta impotente numa situação dessas. Afinal, até que ponto é que consegue controlar a qualidade do ar interior em casa, na escola ou no escritório? Mas conhecimento é poder. Saiba o que faz a diferença entre ser saudável e produtivo ou sentir‐se cansado e até doente, para que possa estar um passo mais perto de deixar de respirar ar contaminado.

O ar que respiramos está repleto de partículas transportadas pelo ar de todos os tamanhos, formas e composições: algumas são biológicas, como o pólen, esporos, bactérias e vírus; outras são químicas, como as partículas finas tóxicas de combustão presentes na poluição atmosférica causada pelo trânsito nas cidades.

A pandemia da COVID‐19 voltou as atenções para o uso de filtros de ar para limpar o ar no interior de edifícios, removendo as biopartículas transportadas pelo ar e, assim, reduzindo o risco de infeção.

As pequenas partículas transportadas pelo ar com 1 mícron ou menos de tamanho (as chamadas partículas PM1) tendem a ser motivo de preocupação, pois podem penetrar profundamente no nosso corpo. Biopartículas como as bactérias e vírus podem depositar‐se no nariz e nos seios nasais e chegar mesmo aos pulmões, onde provocam infeções letais.

Imagem 1: ©Peter Dyment, Camfil

A filtragem do ar é a única tecnologia de purificação do ar que consegue proteger as pessoas contra partículas infecciosas transportadas pelo ar, removendo‐as do fluxo de ar. Os filtros de ar de ventilação geral são testados, ao nível da eficiência de remoção de partículas, pela atual norma europeia e internacional EN ISO 16890:2016. Para uma maior eficiência de filtragem necessária em aplicações críticas, podem ser usados filtros HEPA, que são testados de acordo com a norma EN 1822:2019.

Nos laboratórios de biociência, os filtros HEPA são usados para conter vírus e bactérias: são geralmente usados filtros de classe H14 com uma eficiência de 99,995% no tamanho máximo de partículas penetrantes (MPPS). Pode encontrar filtros de classe H14 testados da mesma forma em filtros de ar e purificadores de ar autónomos com elevadas especificações.

Muitas outras tecnologias novas têm potencial para tratar o ar ou as partículas infecciosas transportadas pelo ar – mas, na maioria dos casos, a sua eficácia ainda não foi devidamente testada. O desempenho de qualquer nova tecnologia que seja proposta deve ser testado por uma norma técnica CEN ou ISO submetida a revisão por pares e aprovada, para que os dados resultantes do teste possam ser reproduzidos em condições controladas.

Existem muitas tecnologias, como tecnologia à base de luz UV, oxidação fotocatalítica, luz pulsada, ionização, ozono, térmica, micro‐ondas, plasma, descarga de corona, aplicação de ultrassons, desinfeção química, radicais livres ou biologia vegetal.

Ao usar estas tecnologias emergentes, as biopartículas transportadas pelo ar são geralmente sujeitas a doses variáveis de radiação ou agentes químicos, consoante a tecnologia utilizada. Se as partículas não forem removidas, é preciso ter algum cuidado para garantir que a tecnologia conta com a dose de desativação necessária para cada partícula.

Não é possível “matar” um vírus, porque ele não está vivo no verdadeiro sentido da palavra. Um vírus é um conjunto de material genético que pode propagar‐se ao penetrar e infetar células hospedeiras vivas.

Um vírus como a COVID‐19 é muito pequeno (tipicamente, com um diâmetro de cerca de 0,12 a 0,16 mícrones) e está geralmente fechado num envoltório líquido quando é projetado enquanto gotícula de aerossol por uma pessoa infetada para o ar de um espaço fechado. As partículas maiores, com até 5 mícrones, podem ficar a pairar no ar durante horas e, a menos que sejam removidas por filtros de ar, continuarão a representar um risco na zona de respiração.

Um estudo recente no hospital público Addenbrookes no Reino Unido1 numa ala hospitalar de COVID‐19 totalmente lotada sugere que a infeção pelo ar é transportada principalmente pelas partículas com 1 mícron ou mais de tamanho. Esta constatação reforça a importância dos filtros AVAC de partículas PM1 com certificação ISO 16890, e realça que uma maior utilização de ar recirculado filtrado e limpo seria benéfica para a saúde dos ocupantes de edifícios.

Sem um filtro de ar adequado para remover as nuvens de partículas no ar, elas podem permanecer suspensas e, portanto, ser inaladas. Num mundo onde a ameaça da poluição atmosférica e da infeção por COVID‐19 passou a ser um desafio diário e uma preocupação para a maioria das pessoas, é provável que ninguém se sinta confortável a respirar ar não filtrado em escritórios ou estabelecimentos públicos lotados.

Os espaços fechados – como escolas, hospitais e escritórios lotados – são locais onde esta preocupação com a respiração de vírus e bactérias transportados pelo ar está agora a ser alvo da maior atenção.

Imagem 2: ©Peter Dyment, Camfil

As biopartículas transportadas pelo ar, se não forem filtradas, são livres para cair e depositar‐se em superfícies, onde podem facilitar a infeção por contacto quando tocadas por pessoas. É por isso que é tão importante a limpeza regular de superfícies.

Uma forma de se certificar de que respira ar limpo no interior de edifícios é usar um monitor da qualidade do ar para medir as concentrações de partículas PM1 e PM2.5 e o modo como variam ao longo do tempo. A tecnologia de monitorização do ar ficou consideravelmente mais barata e é eficaz a analisar a concentração de partículas PM2.5, por exemplo, e a avaliar se está muito acima ou muito abaixo da guia de concentração de 5μg/m3 definida pela Organização Mundial de Saúde (média anual, OMS, 2021).

A amostragem e a análise do ar podem confirmar a presença de vírus e bactérias específicos em partículas de diferentes tamanhos. Devem ser usadas com maior frequência em locais onde existe um alto risco de infeção.

O dióxido de carbono (CO2) também pode ser monitorizado para mostrar a ocupação do espaço interior e as áreas de fraca ventilação. Quando o pico de CO2 e o pico de partículas PM2.5 coincidem, isso pode indicar níveis elevados de biopartículas, algumas das quais podem ser infecciosas. Ao longo do tempo e com a experiência, é possível aprender a identificar as fontes das partículas e a associá‐las às atividades que decorrem no espaço interior e ao seu redor.

A amostragem biológica do ar e a análise do tamanho/composição das partículas é uma melhor abordagem ao problema da infeção com base em partículas.

Se for caso disso, a filtragem de ar da unidade de tratamento de ar do sistema principal pode ser complementada por filtros de ar autónomos. Esta combinação oferece máxima capacidade de purificação do ar em espaços fechados.

A monitorização do ar pode ser usada para comprovar o fornecimento do ar limpo e, em alguns casos, controlar o funcionamento da própria instalação de ventilação.

As pessoas que frequentam ambientes fechados tiveram de aprender muito ao longo do último ano e meio sobre lavagem das mãos, distanciamento social, limpeza de superfícies, uso de equipamentos de proteção individual como máscaras faciais (filtros de ar para a cara), etc. E agora estão a aprender os benefícios da filtragem do ar para um ar interior limpo e saudável.

Ainda estamos todos a aprender que não podemos dar o ar limpo por garantido em ambientes interiores se quisermos estar confortáveis e seguros com o mínimo risco – seja em casa, no trabalho ou em qualquer outro espaço fechado.

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[1] https://www.cuh.nhs.uk/news/air‐filters‐on‐wards‐remove‐almost‐all‐airborne‐covid‐virus/

 

Autor

Peter Dyment

Responsável Técnico, Consultor de Qualidade do Ar e Energia em Edifícios
Camfil